
Sabe um filme que parece ter tudo para ser uma obra prima, mas que no desenrolar se mostra uma grande porcaria? Então, o filme “Apenas amigos” é este tipo. Se não quiser saber do filme, não leia esta postagem.
A história é sobre um gordo muito otário que é o super miguxo de uma garota que faz o tipo “loirinha-gostosinha-líder de torcida-popular que namora jogador-brucutu-beberrão-arrotão” e tem um monte de fãs apaixonados. Em termos de matrix, o sujeito está no nível máximo; escreve cartinhas de amor e viaja ouvindo músicas românticas. Quando ele resolve se declarar para a garota (numa péssima ocasião, por sinal), o que ele havia escrito (sim, ele não tinha coragem de falar, por isso escreveu tudo num diário) caiu nas mãos de um sujeito que leu tudo para a galera que estava na festa (eu disse que a ocasião não era a mais apropriada?). O gorducho não conseguiu evitar que o cara lesse e todos riram dele. Ele não sabia onde enfiar a cara e saiu correndo, pegou sua bike e saiu xingando todo mundo. Disse que iria mudar de cidade e vencer na vida. Até aí, beleza. O cara teve uma atitude honrada, abandonando de vez a cidade onde fora humilhado e a garota que só queria ser sua “MiGuXiNhA dU cOlAsSaUm”.
Dez anos se passaram, Los Angeles, o adolescente gorducho conseguiu entrar em forma e se tornar um sujeito boa pinta, com um bom emprego e traçando várias mulheres sem se apegar a nenhuma delas. Num diálogo nesta parte do filme, é interessante ver este cara falar para o amigo sobre como lidar com mulheres, usando o termo “zona de amizade” para definir o limite de contato que um homem deve ter com uma mulher para não acabar virando amigo e perder a chance de transar com ela. Até aí, perfeito o filme. Pela chamada, eu já imaginava que o filme seria uma merda, mas não sabia que seria tão ruim.
Por um “acidente de percurso”, este cara acaba parando de volta em sua cidade natal, após dez anos (ele chega na cidade acompanhando de uma garota louca com quem ele trabalha). “Opa, agora é a vez dele mostrar quem é que manda!”, pensa você, certo? Que nada, toda a penca de galã-macho alpha-cafa-desapegado desaparece depois de se reencontrar com a sua “miguxinha-linda-fofadimais”. O sujeito só dá “rata”. Primeiro, ele fica todo entusiasmado ao vê-la, faz elogios a ela, não deixa que ela pense que a garota que está com ele é sua namorada e ainda a convida para sair (durante o dia, coisa de amigo, como ele mesmo havia dito no início do filme).
Ele poderia ter saído com ela e depois ido embora, deixando a moça confusa; mas o cara ainda era um matrixiano, pois não conseguiu resistir e ficou tentando chamar sua atenção. O pior de tudo é que não existem homens de verdade nesta porcaria de filme que saibam dar bons conselhos. Não se pode esperar muito de um filme feito para o público feminino e adolescentes abobalhados, que realmente acreditam que para se dar bem com as garotas devem ser sensíveis e românticos.
O cara passou por várias situações vexaminosas no filme, demonstrou insegurança e ficou disputando a garota com outro ex-nerd que era apaixonado pela garota. Bom, aqui entra uma observação importante. Este cara é um cafa que faz músicas para seduzir as mulheres e finge ser sensível e este monte de baboseira. No filme, ele é retratado como um certo “vilão”. A garota tava caindo na deste cara, enquanto o ex-gordo tava sendo jogado para escanteio. É patético ver o ex-gordo defendendo a sua amiguinha quando o ex-nerd (agora cafa pegador) dizia que só queria se aproveitar dela para se vingar do tempo que era nerd e rejeitado.
O ex-gordo havia constatado que ela mudara, pois tinha deixado de sair com brucutus e agora curtia caras “sensíveis”. É mais ou menos aquilo que discutimos nas comunidades sobre comportamento feminino: quando é novinha, gostosinha e cheia de energia, só quer saber de machos poderosos, destacados, independente do caráter deles; agora que ta nos 30, fica com essa de “sou muito caseira”, “meu passatempo favorito é ficar em casa, vendo comédias românticas e tomando sorvete”, “homem pra mim tem que ser romântico, sensível, que goste de cozinhar e cuidar de mim”. Este garota é uma ex-vadia (se é que existe isso) que agora, depois de muito curtir e dar pra caramba, busca um bobalhão para namorar sério e casar. É triste ver que um cara que tinha tudo para “dar o troco”, anda para trás (regride 10 anos) e volta a ser o paspalhão do segundo grau.
Antes que alguma feminazi ou mangina venham me encher o saco, vou explicar o meu ponto de vista. O cara simplesmente deveria se apresentar como o melhor amigo que foi embora (amigo sem ser miguxo). Estando rico, bonito, experiente e com uma grande auto estima, sem esforço ele deixaria sua ex- miguxa encantada e atraída. Caberia a ele deixá-la na vontade e não fazer nada ou dar uma “trepadinha sem compromisso” (sem fingir que gosta dela para isso, deixando claro que é algo casual, deixando a iniciativa mais da parte dela) e voltar para sua cidade. Esta seria uma atitude madura, de quem superou a matrix e se tornou um homem de verdade.
Este filme, apesar de uma porcaria romântica, não deixa de mostrar algumas verdades. Esta coisa do cara sofrer uma decepção e depois virar um cafa desapegado, fingindo ser um cara poderoso, mas que na verdade nunca superou seus traumas. Quando algum cara fica com essa de “Namorar é coisa de otário apaixonadinho. O negócio é só sexo sem compromisso e sempre ser desapegado.” ou tem aqueles que louvam as prostitutas (o que eu chamo de “louva-putas”), mas no fundo são uns patetas que sabem que podem se apaixonar, por isso fogem das mulheres como os vampiros fogem da cruz.
A verdadeira superação da matrix é vista no homem que é capaz de amar uma mulher (a escolhida, e não a primeira que achou), sempre mantendo o controle da relação, sem se deixar levar pelos caprichos e joguinhos emocionais. Ele ama, CONDICIONALMENTE, o que significa “te amo, mas exijo que ame da mesma maneira”, mas se a mulher mudar e deixar de ser aquela pessoa cheia de virtudes, então este homem está preparado para terminar tudo e tocar sua vida. Este é o verdadeiro homem que superou a matrix, o cabra macho legítimo.
Infelizmente, muitos acreditam que se tornando “cafas desapegados” estajam se livrando totalmente da matrix. Para saber, devem enfrentar todos os seus “fantasmas”, como voltar a ver a mulher que o fez sofrer e buscar resistir aos antigos sentimentos. É como um ex-viciado que precisa tocar nas drogas e ficar a sós com elas para ver se resiste à tentação de usá-las novamente, para ver se realmente superou o vício. Sei que tudo isso é difícil, mas o cara do filme parece não ter feito muito esforço para tentar superar isso. Além do mais, ninguém para dar-lhe bons conselhos. O final do filme foi bem previsível e romanticamente patético. Não poderia ser diferente; caso contrário, a bilheteria teria sido um fracasso. Onde já se viu, o cara vai deixar de ficar com a garota (que sempre amou) só porque agora ela já é velha e rodada, e agora ele é cheio da grana e pode pegar mulheres muitos mais jovens e gostosas.
Infelizemnte muitos homens são dominados pelo pau. Ao ver uma mulher tremem nas bases, principalmente se ela foi o amor da vida dele. Por isso que tenho minhas ressalvas quanto ao comportamento das mulheres atuais, pois percebo que os homens tiveram uma parcela de culpa nisso. Fornecem as ferramentas e as armas necessárias pra estas mulheres fazerem o que quer em troca de uma vagina quente e molhadinha, patrocinam a promiscuidade delas para se beneficiarem de muita trapança.
ResponderExcluirPerfeito, e se mo caso o pesonagem tivesse tomado o caminho certo e conseguido uma transa casual, ele deveria se contentar com isso, que na verdade foi sempre o que ele quis mesmo quando era um gordo, o resto é idealização da parte dele. É preciso passar por cima dessas idealizações.
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